Nesta segunda-feira (9), Erika Hilton (PSOL) assumiu a liderança da bancada do Partido Socialismo e Liberdade na Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo, onde ocupará a posição até o final de 2022. Primeira travesti a ser eleita pela capital paulista e a vereadora mais votada no país, ela agora será a primeira travesti a ocupar espaço de liderança partidária no Brasil. Com informações do site Uol.
“Quando fui eleita, costumavam me perguntar se eu não achava que poderia queimar pontes com setores mais amplos, conservadores, trazendo as pautas que são inerentes à minha existência: negritude, LGBTs, direitos humanos”, disse Erika.
A vereadora atualmente preside, pelo segundo ano consecutivo, a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara. “Através da nossa capacidade de articulação política ampla, conseguimos aprovar projetos importantíssimos que beneficiam toda cidade, presidir uma Comissão e uma CPI, algo inédito para um partido ideológico, como o PSOL, e para pessoas trans de todo Brasil”, afirma ela.
“Se enganam os que reduzem as pautas de direitos humanos a pautas identitárias, menores, e os que esperam de mim uma atuação política nichada, segmentada. Chegamos na política para romper barreiras, interseccionar lutas e atuar em todas as áreas. Da saúde, educação, meio ambiente, transporte, administração pública, geração de emprego”, conclui Erika.
Erika nas eleições 2022
Em março deste ano, a vereadora Erika Hilton anunciou que irá concorrer à Câmara dos Deputados nas eleições de 2022. “Poderei ser a primeira travesti na história da Câmara dos Deputados e também a primeira deputada federal negra eleita pelo estado de São Paulo”, escreveu ela, em suas redes sociais.
Em entrevista ao GAY BLOG, em fevereiro deste ano, Erika já havia mencionado a possibilidade de concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. “Ah, eu acho [que tenho] uma resposta, mas que ainda não é uma resposta definitiva. Eu tenho recebido pressões dos mais diversos lugares. […] Talvez, haja sim Erika Hilton como candidata a deputada federal”, revelou a vereadora.
Ainda em conversa com o GAY BLOG, ela disse que o processo eleitoral de 2022 será difícil. “Eu preciso dizer que nós teremos um processo eleitoral muito duro, muito violento e é preciso cuidar, acolher e estar do lado dessas candidaturas dissidentes, digamos assim, porque será difícil pros grandões, quem dirá pra quem está disputando esse lugar agora, diante de tanto ódio”, pontuou Erika.
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