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A YouTuber Débora Aladim chamou a atenção no Twitter por ter pego recortes de pinturas do Michelangelo na Capela Sistina e colocou na legenda: “Eu simplesmente amo que o Michelangelo deixou um tanto de beijos gays escondidos no Vaticano e ninguém nunca vai poder apagar por ser um patrimônio da humanidade”.
Após seu comentário alcançar 40 mil curtidas e 6 mil retweets, ela desativou o perfil do Twitter devido às críticas, considerando que o artista estaria alinhado à postura da Igreja Católica na época, e que o casal mostrado poderia estar entre as almas condenadas durante o Juízo Final.
O Correio Braziliense procurou a professora de artes e doutora em história pela Universidade Federal de Goiás, Vanessa Clemente Cardoso, dizendo que essa é uma pergunta difícil de responder: “Não podemos falar sobre a intenção do artista por que o Michelangelo não deixou nada escrito, ele não documentou o significado das obras” – explica.

“Muito se fala, por exemplo, que Michelangelo teria tentado afrontar a igreja, colocando o homem como o centro da Criação e Adão, outro afresco da Capela Sistina, através do desenho de um cérebro (que aparece no plano de fundo da pintura). Mas, outros autores, mais famosos e reconhecidos, acreditam que era apenas um reflexo da grande paixão que o pintor nutria pelo estudo da anatomia, que estava sendo resgatado no renascimento”, exemplifica.
Vanessa explica que os artistas renascentistas eram cristãos, mas nem sempre estavam completamente de acordo com o alinhamento moral à cúpula do vaticano.
Ainda segundo a matéria do Correio Braziliense, os documentos históricos não permitem afirmar as verdadeiras intenções dos pintores do passado. No entanto, há pinturas representando homossexuais dentro do Vaticano e isso foi explorado comercialmente pela empresa italiana “Quiiky” em 2014, que criou uma rota chamada “a história não contada”.
O então presidente-executivo da companhia, Alessandro Virgili, concedeu uma entrevista ao The New York Times comentando sobre a pintura mencionada pela YouTuber.
“Por exemplo, falamos de Michelangelo. Ele era um católico devoto e ao mesmo tempo homossexual, com um sentimento constante de culpa e conflitos internos refletidos em suas obras. Quando olhamos para o ‘Juízo Final’ da Capela Sistina, nossos guias não deixam de mostrar no canto superior direito duas figuras masculinas que se beijam para celebrar a ascensão ao céu”, declarou.
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