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O aguardado game do CD PROJEKT RED, Cyberpunk 2077, tem um alto nível de customização e permite que você tenha relações sexuais com pessoas do mesmo gênero e também escolha o tamanho do seu órgão genital.
Além disso, o Cyberpunk 2077 também permite que você escolha o gênero do personagem, ou também recuse um, podendo ter personagens não binários e também transgêneros.
Cyberpunk 2077 é um jogo de mundo aberto que conta uma história principal. Ou seja, você tem liberdade de fazer o que quiser no game ou você pode seguir um roteiro predeterminado pelos jogadores.
Holy fuck my lungs hurt
XQC ACCIDENTLY CHOSE GAY SEX IN CYBERPUNK 2077 pic.twitter.com/SI0zZkCrw3— Amiya 🍥 @Cyberpunk 2077,NMH2, FFXIV Hell (@LunarAmiya) December 10, 2020
Conheça a história dos LGBTs nos games
Os primeiros LGBTs nos games surgiram durante a década de 1980 e, na maioria dos casos, eram retratados sem importância, funcionando como alívio cômico com personagens caricatos. Quando eram retratados de modo mais sério, geralmente assumiam papeis de vilões.
Felizmente, desde essa época já existiam jogos que retratavam a comunidade de modo mais sério e sem o olhar de preconceito e discriminação.
Com as transformações sociais ao longo dos anos, os personagens gays, lésbicas, bis, não-binários e várias orientações passaram a ter cada vez mais importância e relevância. Hoje há jogos com protagonistas LGBTs e vemos o inverso: os personagens estão cada vez mais presentes e vistos com naturalidade.
OS PRIMEIROS PERSONAGENS GAYS ERAM VILÕES OU COADJUVANTES

O primeiro jogo que se tem conhecimento com um personagem homossexual é o francês Le Crime du Parking, lançado para computadores em 1985 pela Froggy Software.
Ao longo da história, é descoberto que o personagem “Paco”, que até então parecia ser do bem, é o verdadeiro vilão. Ele é gay e também envolvido com tráfico de drogas.
No mesmo ano, um outro jogo da Froggy Software, Le Mur de Berlin va Sauter, também apresenta um personagem gay que é o antagonista.
Já o primeiro game de maior repercussão veio em 1986, Moonmist. Neste, dependendo das escolhas do jogador, a amiga do vilão, a personagem Vivien Pentreath pode ter tido um caso com a Deirdre Hallam.

Há vários outros exemplos, como o RPG japonês Phantasy Star II da SEGA, em que o pianista Usvestia elogia a beleza dos personagens masculinos. Este diálogo foi censurado quando o game foi lançado nos Estados Unidos.
Também surgiram os primeiros games com personagens cross dressers, como em Police Quest: Open Season, que é o vilão do jogo; o gay bem afeminado Charles de Return of the Phantom; Gabriel Knight The Beast Within, com um vilão gay; Chrono Trigger com a personagem não-binária Flea, um(a) dos vilões(ãs) do jogo; Poison de Final Fight, uma inimiga transexual e até mesmo Birdo de Mario Bros 2, um dos chefes que nasceu menino mas se identifica como menina.
Vale destacar que em Streets of Rage 3, lançado para o Mega Drive em 1994, um dos inimigos é Ash (vídeo acima), um estereótipo do gay que usa roupas apertadas e é afeminado.
Ele foi censurado em diversos países e causou repúdio da comunidade LGBT já naquela época por retratar de modo caricato e debochado um homem gay. Provável que a intenção era ser engraçado, mas não agradou.
E OS LGBTS SENDO RETRATADOS DE FORMA POSITIVA ANTIGAMENTE?

Como dito anteriormente, mesmo nos primórdios já haviam games que procuravam retratar os LGBTs de modo positivo.
O primeiro com uma protagonista lésbica veio em 1989 e se chama Caper in the Castro, lançado para disquetes, onde você assume o papel de uma detetive chamada Tracker McDyke e deve descobrir quem capturou seu amigo, a drag queen Tessy LaFemme.
Desenvolvido por C.M Ralph, ele disse em uma entrevista que se inspirou na comunidade LGBT de São Francisco, onde foi muito bem recebido.
“Em 1988 eu me mudei do sul Califórnia para São Francisco. Fiquei impressionado e muito grato com a liberdade que a comunidade LGBT tinha na cidade. Queria devolver um pouco para a comunidade e também criar um modo de levantar dinheiro para instituições de caridade que auxiliavam os portadores de AIDS” – disse em entrevista à Paste.
No entanto, C.M Ralph teve que lançar uma versão alternativa do game, desta vez chamada de Murder on Mainstreet, censurando toda a temática LGBT por “questões comerciais”. O jogo era o mesmo, mas a orientação sexual da protagonista não era mais explícita, nem que quem foi raptado foi uma drag.

Já o RPG japonês Final Fantasy V, lançado em 1992 para o Super Nintendo, apresenta a personagem Faris, que nasceu mulher, mas se veste de pirata e detesta usar roupas femininas, além de preferir ser reconhecida como homem, demonstrando ser um caso de homem trans.
A transexualidade praticamente não entra em pauta, exceto em uma ou outra cena, mas é notável que os personagens não se importam com essa característica e o respeitam, não entrando em nenhum momento na caricatura.
Phantasmagoria 2: A Puzzle of Flesh, lançado para computadores em 1996, apresentou o primeiro protagonista bissexual, com direito a quase uma cena de beijo entre dois homens durante a reta final. Aparentemente, esse foi o primeiro jogo com um homem de orientação sexual não-hétero a ser jogável.
OS LGBTS NOS GAMES ATUAIS

Hoje em dia é comum vermos personagens LGBTs nos mais variados games destinados a todos os públicos, incluindo títulos focado nas crianças e ao contrário do que acontecia antigamente, a caricatura e o “mau gosto” é praticamente inexistente.
O jogo de tiro Overwatch, por exemplo, tem o Soldier 76 que namorava o personagem Vincent, mas no entanto ambos são solteiros hoje em dia. Outra personagem, Tracer, é lésbica e tem uma namorada, Emily, com quem divide apartamento em Londres.
League of Legends tem o personagem Varus, que é gay; Mass Effect, que dependendo das escolhas do jogador, pode colocar o protagonista tendo um romance com uma pessoa do mesmo sexo; The Last of Us, com a protagonista Ellie sendo lésbica.
Um dos maiores destaques vai para Dream Daddy, que é um jogo quase que inteiramente focado na comunidade LGBT, com personagens gays, bissexuais e transexuais. Este é um simulador de namoro em que você joga com um pai que acabou de se mudar com sua filha.
Life is Strange também é outro exemplo, mostrando a história de uma personagem lésbica, Chloe, com a protagonista Max Caulfield. No caso de ambas dá a entender que há algo “além de uma amizade”, mas a orientação sexual da Chloe é explícita, já que ela tem uma ex-namorada, Rachel, que faleceu antes dos eventos do game, levando a momentos dramáticos e que levam muitos jogadores as lágrimas.
Os games, assim como outras representações audiovisuais, refletem como a sociedade encara este tema, e com os avanços sociais que os LGBTs andam tendo, os jogos também andam retratando os gays com cada vez mais naturalidade. O futuro parece promissor.
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