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O pastor evangélico escolhido por Bolsonaro para ocupar o Ministério da Educação no Brasil, Milton Ribeiro, concedeu uma entrevista recentemente ao jornal Estadão dizendo que a homossexualidade dos jovens se deve a “famílias desajustadas”, causando repercussão negativa, tanto nas redes sociais quanto dentro do próprio governo.

Ribeiro disse que se deve revisitar o currículo do ensino básico para promover mudanças em relação à educação sexual, considerando que a disciplina é usada para incentivar discussões de gênero e isso “não é normal”, se referindo a sexualidade como “opção“.

“A opção que você tem, como adulto, de ser um homossexual eu respeito, mas não concordo”, dizendo também que tem “certas reservas” quanto à presença de professores trans em salas de aula.

“O adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) faz isso porque não tem atenção do pai, não tem a atenção da mãe. São questões de valores e princípios”.

Segundo informações apuradas pela Isto É, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) vai ao Supremo Tribunal Federal para que o ministro seja investigado por homofobia. David Miranda (PSOL-RJ) vai acionar o Ministério Público Federal.

“É requisito nesse governo de ‘desajustados’ ser um criminoso homofóbico!”, disse Miranda, no Twitter.

O Presidente da Comissão de Educação da Câmara em 2019, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) também se manifestou e disse que associar orientação sexual ou identidade de gênero a “famílias desajustadas” se trata de um “preconceito inconcebível“. “Mentalidade atrasada e triste de se ver em uma posição tão relevante”.

O deputado Felipe Rigoni também se posicionou quanto a fala LGBTfóbica do ministro, dizendo que “é irrelevante se o aluno ou professor é homossexual. O MEC não tem de se meter nisso.” 

Priscila Cruz, presidente executiva do Todos Pela Educação, disse que a fala de Ribeiro é um desvio grave de função, considerando que ele usa o cargo de ministro para defender pontos de vistas pessoais, estimulando a cultura da intolerância.

“Autoriza o aluno a questionar se quer ter professor transgênero ou não, como se não fosse algo legítimo.”

Vitor de Angelo, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) diz que o ministro “desvia o foco” ao falar da orientação sexual de alunos e professores, e a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) disse que faltou “empatia” ao “propagar preconceito à comunidade LGBTQIA+”. 




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Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a falar sobre cultura nerd/geek. Gay desde que se entende por gente, sempre teve desejo de trabalhar com o público LGBT+ e crê que a informação é a a melhor arma contra qualquer tipo de "fobia"

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