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O técnico de futebol Toninho Cerezo concedeu uma entrevista ao canal UOL Esporte e disse que já foi demitido de sua função quando descobriram que ele tinha uma filha trans, Lea T, em 2010.

“Na época, para o mundo do futebol, você precisava ver. Eu estava treinando um time, acho que era o Sport, e eu tenho quase certeza que eles me mandaram embora por causa disso. Eu acho que foi, espero que não, espero que eu esteja errado”, disse.

O canal procurou o diretor do Sport naquele ano, Gustavo Dubeux, que negou a relação entre demissão e preconceito. “Não teve a ver. Acho que houve algum engano, pois não foi falado nada sobre a filha de Cerezo no Sport”, disse.

Toninho Cerezo diz que foi demitido por ser pai de mulher trans
Reprodução

A matéria também mostra o lado de Lea T, que concedeu uma entrevista ao canal em 2018 e disse que tinha muito medo de sua transição prejudicar a carreira de seu pai.

“Tive medo por causa do futebol. Meu nome não foi Leandra Cerezo inicialmente, porque o Riccardo [referência ao estilista baiano Riccardo Tisci] me ajudou, mas também porque eu não queria que falassem que eu era Cerezo. Eu tinha medo de que isso pudesse prejudicar a carreira do meu pai” – contou.

Nessa época, ela também comentou sobre a demissão de seu pai: “Ele não me conta, mas eu descobri que sim [foi demitido por preconceito contra Lea]. Eu não tive prova das coisas, mas eu acho que em algum aspecto tiveram reações negativas. Ele nunca me contou e acho que não me contaria. Ele não gostaria que isso fosse um peso. Uma escolha tão forte na minha vida”

Vale mencionar que Lea T diz que a aceitação da família foi um processo, mas que hoje todas a apoiam.
“Meu pai foi tão maravilhoso que, quando falaram isso [dele ser prejudicado na carreira por causa da filha] ele me ligou: ‘Lea, eu posso perder todo o trabalho do mundo, ir para rua, mas terei orgulho de ser seu pai e não quero que pense que sua felicidade tem que depender do meu trabalho’. Para o meu pai e minha mãe, a minha felicidade é a deles”



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Jornalista formado pela PUC do Rio de Janeiro, dedicou sua vida a falar sobre cultura nerd/geek. Gay desde que se entende por gente, sempre teve desejo de trabalhar com o público LGBT+ e crê que a informação é a a melhor arma contra qualquer tipo de "fobia"