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A série “Dahmer: Um Canibal Americano”, produzida pela Netflix, teve cenas alteradas com o objetivo de evitar que o público desenvolvesse empatia pelo serial killer Jeffrey Dahmer.
O projeto, baseado em história verídica, foi criado pelo cineasta Ryan Murphy e traz o ator Evan Peters como protagonista. O enredo traz os casos de Jeffrey Dahmer, um assassino de gays que aterrorizou os Estados Unidos entre 1978 e 1991. Dahmer chegou a confessar que assassinou 17 garotos, sendo eles vítimas de estupro, necrofilia e canibalismo.

Stephanie Filo, uma das produtoras da série, revelou em uma entrevista à Variety, neste mês, que a produção tomou medidas para garantir que a representação dos eventos não glamorizasse ou humanizasse indevidamente o criminoso.
Uma das cenas que passaram por alterações acontece durante o Natal, quando Dahmer volta do exército para jantar com seus pais. A cena foi encurtada e outras situações foram introduzidas para oferecer contexto aos crimes cometidos pelo assassino. A abordagem foi feita de forma a ressaltar os aspectos perturbadores do comportamento de Dahmer, em vez de focalizar em momentos que pudessem gerar empatia.

Stephanie Filo explicou: “Essa intercalação de ver as coisas estranhas que ele já fez, ajudou a dar contexto às coisas horríveis que estavam acontecendo, em vez de ter um cara apenas saindo com seus pais.”
Outra cena que recebeu atenção especial é aquela em que são lidas declarações impactantes das vítimas. Stephanie Filo expressou sua responsabilidade em assegurar que essas cenas fossem tratadas com respeito para com os envolvidos reais. Ela afirmou que a série passou por vários cortes para encontrar o tom adequado e não causar mais sofrimento às famílias das vítimas.
Reação negativa à vitória de Evan Peters no Globo de Ouro
A interpretação de Evan Peters como Jeffrey Dahmer na série lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Globo de Ouro de 2023. No entanto, essa vitória gerou controvérsia e desconforto entre as famílias das vítimas reais do assassino.
Shirley Hughes, mãe de Tony Hughes, uma das 17 vítimas confirmadas de Dahmer, expressou sua insatisfação com a premiação. Ela não apenas havia sido incomodada pela série em si, mas também pelo fato de que a interpretação de um assassino serial estava sendo reconhecida com um prêmio.
Em entrevista ao TMZ, Hughes declarou: “Há muitas pessoas doentes ao redor do mundo. As pessoas que ganham papéis de atuação de assassinos mantêm uma obsessão. Isso faz com que as pessoas doentes prosperem com a fama.”
Shirley também destacou a falta de reconhecimento das vítimas e suas famílias na aceitação do prêmio por Evan Peters. Ela argumentou que o ator deveria ter mencionado a tragédia e a dor causada pelos crimes de Dahmer em seu discurso.

O caso Jeffrey Dahmer
Jeffrey Lionel Dahmer foi um serial killer americano que assassinou 17 homens entre os anos de 1978 e 1991, sendo que a maior parte dos crimes ocorreram entre 1989 e 1991. Os crimes envolviam estupro, necrofilia e canibalismo.
Dahmer foi diagnosticado com transtorno de personalidade borderline, esquizotípica e psicótico, mas foi condenado legalmente e sentenciado a prisão perpétua no dia 15 de fevereiro de 1992. Morreu dois anos mais tarde vítima de espancamento.
Ele é considerado um dos serial killers mais notórios da história dos EUA por seus requintes de crueldade e sadismo. Sempre escolhia vítimas que viviam a margem da sociedade, cujo desaparecimento não chamaria muita atenção das autoridades. Com exceção de dois casos, Dahmer tinha como alvo os homens gays que ele se sentia atraído.
Seu pai, Lionel Dahmer, escreveu um livro em 1994 chamado “A Father’s Story”, culpando a própria negligência na criação de Jeffrey, dando uma boa parcela dos lucros das vendas para as famílias da vítimas. Ele também disse que ele e sua nova esposa não mudariam de sobrenome e disseram que amavam Jeffrey, independente dos crimes.
Após críticas, Netflix remove tag LGBTQ da série “Dahmer – Um Canibal Americano”
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