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Arte, cultura, entretenimento e ainda um tempero baiano. Tudo isso poderia ser abordado de uma forma solar e descontraída se não estivessem falando da cena artística LGBTQIA+. É com esse propósito que surge a websérie documental “Queerbrada”, que teve seu episódio lançado no último dia 20 de março. A obra audiovisual mostra que os termos invisibilidade e marginalização também fazem parte do dia a dia de profissionais das artes.

(Foto: Divulgação/ Beatriz Meneses)

A série, dividida em cinco episódios com pouco mais de 10 minutos cada, documenta a rotina de trabalho de cinco artistas baianos LGBTQIA+. De fotógrafo e poeta a drag queen e cantora lírica, os personagens que integram a websérie contam suas histórias e falam sobre os desafios e dificuldades enfrentados para trabalhar com arte.

Matheus dos Anjos, idealizador e diretor do documentário, explica que, apesar dos episódios funcionarem de forma independente, eles possuem um elo concentrado no espaço urbano de Salvador (BA). “Queerbrada” passeia por pontos já conhecidos da capital baiana, como o Pelourinho, Avenida Carlos Gomes, os bairros de Periperi e Fazenda Grande do Retiro. Esse aspecto geográfico mostra também que o processo de invisibilização da cena acaba literalmente arrastando esses artistas para os locais mais escuros e com menos policiamento das cidades“, conta o diretor.

A escolha do nome da série, segundo Matheus, veio da junção do termo “Queer” com a palavra “Brada”, que vem do verbo bradar e expressa uma ação de resistência política contra o silenciamento e o apagamento. “A junção dessas duas palavras acabou gerando uma palavra muito semelhante a ‘quebrada’, termo usado para se referir a locais periféricos, que muitas vezes acabam sendo os únicos espaços disponíveis para que esses artistas ocupem“, explica ele.

(Foto: Reprodução/ YouTube)

A websérie também conta com a direção de Eduardo Tosta, cineasta baiano convidado para o Cannes no ano passado, pelo curta-metragem de animação “Maratonistas da Quarentena”. Já a produção foi da Camaleoa Filmes, produtora que busca pautar a  pluralidade em suas produções. 

Um dos critérios estipulados pelos diretores foi criar uma equipe técnica formada 100% por profissionais LGBT+. “Uma das coisas mais comuns no setor de audiovisual é a produção formada por pessoas que não têm a mínima vivência do que está sendo trazido no projeto. ‘Queerbrada’ trata de tantos temas pertinentes na vivência de pessoas LGBTQIA+ […]. Não faria sentido ser executado por pessoas de fora da comunidade”, revela Tosta.

Os dois primeiros episódios de “Queerbrada” já estão disponíveis no YouTube. Os outros três serão lançados a cada domingo, até o dia 10 de abril. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Assista ao primeiro episódio de “Queerbrada” – “Olha aí o meu guri (Nola Criola)”




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Jornalista gaúcho formado na Universidade Franciscana (UFN) e Especialista em Estudos de Gênero pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)