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Para os romanos, a homossexualidade não era vista como algo ruim ou pecaminoso – mas também não era lá motivo de admiração e orgulho. O sexo gay na Roma antiga era aceito mesmo entre os militares. A história sugere que a sociedade romana nem sequer viu a sexualidade com o espectro que fazemos hoje; em Roma as pessoas era essencialmente indiferentes à orientação sexual.

Embora não tivesse punição para a homossexualidade, não era bem visto quem fazia o papel de passivo. Havia muito preconceito no submisso e no feminino. Era perfeitamente aceitável que um homem romano fizesse sexo com outro homem, desde que ele fosse o ativo da relação. A dominação estava no cerne do que significava ser um romano.

Roma dominou o mundo por séculos de guerras implacáveis. Friedrich Nietzsche se refere ao espírito romano como “a sede de poder”. Essa obsessão com o poder alimentou todas as partes da sociedade romana, inclusive no sexo.

Parte do poder estava atrelada à vida de escravidão; romanos adquiriam e compravam escravos para aumentar seu status. Um equivalente para os dias de hoje é como julgamos o poder e a influência de uma pessoa: pelo número de seguidores que se tem numa rede social. Os romanos faziam o mesmo, mas com a diferença de que os seguidores (os escravos romanos) seguiam as ordens de seus mestres. Ser um escravo consistia na obrigação legal de fazer o que “proprietário” ordenava.

Logo, o “ativo” era tido como o homem romano poderoso, enquanto ser passivo era função de escravo. O desejo sexual do escravo não era lá muito considerado.

Louis Crompton sugere em seu livro ‘Homossexualidade e Civilização’ que as relações homossexuais romanas estavam completamente focadas nesta dinâmica entre mestre versus o escravo. Se você tivesse ‘nascido’ passivo sem ser um escravo, não era considerado necessariamente uma desgraça, mas não era bem visto.
O exército romano era peculiarmente íntimo
Os romanos muitas vezes se comportavam de maneiras que acharíamos incomum ou embaraçoso hoje em dia. Um exemplo é a maneira de como eles frequentavam o banheiro. O exército compartilhava espaços comuns no banheiro; não existiam cabines individuais.

Os banhos romanos eram outra oportunidade para mostrar o domínio – e não, não se tratava apenas de mostrar quantos centímetros de pênis você tinha.

Os banheiros comunitários eram usados como locais sociais para realizar reuniões e fechar negócios, estivesse se despindo, banhando-se, suando, recebendo uma massagem ou simplesmente dolce far niente.

O banheiro não eram apenas um ‘cômodo’ de luxo, mas uma necessidade para a sociedade romana. E é por isso que mesmo os fortes do exército romano frequentemente possuíam banheiros bastante sofisticados.
Poemas homoeróticos
Os romanos eram entusiasmados com o desejo de amor e paixão, bem como o poder. O poeta Catulo romantiza em roubar beijos dos “bons olhos de Juventus” em seu poema ‘Insaciável’, abordando o anseio de um jovem e não de um escravo.

Tibullus assume uma abordagem parecida, colocando a personalidade e o intelecto acima da beleza e da sexualidade. No poema ‘The Love of Boys’, fala sobre ganhar um beijo de seu amante no campo e ganhar suas afeições.
O imperador Adriano desafiou a sociedade com seu amor gay
Um relacionamento romano gay de grande notoriedade foi de um imperador. ‘Emporer Hadrian’ era muito aberto sobre sua sexualidade. O Imperador teve um relacionamento com um jovem chamado Antoninus, com quem viajou por todo império. Quando Antoninus morreu em uma viagem ao Egito, Hadrian ficou tão abatido pelo sofrimento que construiu vários monumentos em sua homenagem.

O escândalo desse histórico relacionamento não era porque alguém se opunha a eles terem relações sexuais, e sim porque Hadrian se apaixonou Antoninus. O mero fato de um homem no poder estar apaixonado (por homem ou mulher) sugeria fraqueza.
As atitudes em relação ao sexo gay mudaram à medida que o império romano declinou
A religião teve influência em cultivar a homofobia que se alastrou na sociedade romana. Os religiosos fizeram isso promovendo o desgosto por homens passivos e efeminados; introduzindo, assim, filosofias homofóbicas. Isto é visto quando o filósofo judeu Philo (30 – 40 dC) escreveu:
“Muito mais grave do que [o adultério] é outro mal … é uma questão de se vangloriar não só dos parceiros ativos, mas passivos, que se habituam a suportar a doença da efeminação, permitindo que o corpo e a alma corram para o lixo e não eliminem sua natureza sexual masculina.”

O ponto crucial para concretizar a filosofia do relacionamento heteronormativo foi quando o imperador Constantino se converteu ao cristianismo em 337 aC. Esta decisão mudou para sempre a identidade religiosa do Império Romano, cimentou a ideia de que a união sexual e romântica deveria estar entre um homem e uma mulher.
Em uma análise geral, o dever de um homem romano era criar soldados para fortalecer as fronteiras conquistadas pelo Império. Então, se você fizesse o seu dever, quem você levava para cama não era da conta de ninguém – desde que você fosse o ativo, é claro.
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