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Neste 11 de outubro é celebrado o “Dia de Sair do Armário” (International Coming Out Day), uma data que visa conscientizar a população sobre o quanto é importante aceitar a própria sexualidade, assim como respeitar diferentes orientações e identidades de gênero.
A ideia veio do psicólogo gay Robert Eichberg e pela ativista lésbica Jean O´Leary em 1988. A data foi escolhida por ser também o dia do Marco Nacional de Washington para Direitos de Gays e Lésbicas.

Na época, havia um desejo dos ativistas de se posicionarem contra aqueles que refutavam seus direitos, porém eles não queriam responder diretamente. Aí foi criado o “National Coming Out Day” (NCOD) para dar visibilidade aos LGBTQIA+ e lutar contra a homofobia de modo mais positivo.
“A maioria das pessoas acreditam que não conhecem ninguém que seja gay ou lésbica, mas de fato, todo mundo conhece” – disse Robert Eichberg em uma entrevista de 1993, apontada pelo The New York Times – “É imperativo sairmos do armário e mostrar às pessoas quem nós somos e tirar delas seus medos e estereótipos” – completa.
Inicialmente, o NCOD era administrado nos escritórios de West Hollywood e em seu primeiro ano recebeu apoio de dezoito estados americanos. Em 1989, o NCOD mudou para Santa Fé, no Novo México, e foram 21 estados. Em 1990 foram 50 estados e sete outros países, além de terem fundido seus esforços com a Human Rights Campaign.
Nos anos iniciais, pessoas famosas e anônimas aproveitavam a data para exporem suas orientações sexuais e identidades de gênero, mostrando ao mundo que que essas pessoas existem e que outros LGBTs “não estavam sozinhos“. Mais recentemente, como a comunidade LGBTQIA+ está mais presente na sociedade ocidental e é um assunto tratado com um pouco mais de naturalidade, o dia funciona como um feriado nos Estados Unidos, onde as pessoas saem às ruas com a bandeira do arco-íris, ou acessórios que mostram o seu orgulho.
SAIR DO ARMÁRIO: UM POUCO DE HISTÓRIA DO ATIVISMO
Em 1867, o escritor e jornalista alemão Karl-Heinrich Ulrichs, considerado pioneiro do moderno movimento gay, foi o primeiro homossexual declarado a falar publicamente em defesa dos direitos da comunidade quando solicitou ao Congresso de Juristas Alemães, em Munique, que apoiassem a eliminação das leis que discriminavam os gays. Foi vaiado e não teve seu desejo realizado, mas escreveu diversos ensaios que procuravam entender o seu desejo por pessoas do mesmo sexo, como “Pesquisas sobre o Enigma do Amor Entre Homens” e “Uma Psique Feminina Confinada Num Corpo Masculino”.
Em 1870, Ulrichs publicou o livro “Araxes: um Apelo à Libertação do Uraniano das Leis Penais”, sendo que “uraniano” é uma metáfora para ele se referir a ele mesmo. O discurso é semelhante aos que lutam pelos direitos LGBTQIA+ hoje em dia: “O Uraniano é também uma pessoa. Também tem, por isso, direitos inalienáveis. A sua orientação sexual é um direito estabelecido por natureza. Os legisladores não têm direito de vetar a natureza; de perseguir a natureza no curso da sua obra; de torturar seres vivos por serem sujeitos às forças que a natureza lhes deu.”
Na década de 1870, o austro-húngaro Karl-Maria Kertbeny ficou conhecido por ter criado as palavras “heterossexual” e “homossexual”, já que na época o relacionamento entre dois homens utilizava uma nomenclatura equivalente a “pederasta”, que era pejorativa.
Também pioneiro no ativismo LGBT, apesar de ele nunca ter dito publicamente que era gay ou hétero, ele fez vários estudos sobre a homossexualidade por, segundo ele, um “interesse antropológico” combinado com um sentimento de injustiça e preocupação com os “direitos do homem”.
Em 1880, escreveu um capítulo sobre homossexualidade para o livro “A Descoberta da Alma“, de Gustav Jäger, mas a editora omitiu por considerar o tema “polêmico demais”. No entanto, Jäger utilizou as palavras “homossexualidade” e “heterossexualidade” em sua obra.
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