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O Papa Francisco recentemente abordou as críticas sobre a decisão do Vaticano de permitir bênçãos a casais homoafetivos, destacando o que ele chama de “hipocrisia” entre os opositores da medida. Em uma entrevista concedida à revista Credere, o pontífice expressou sua perplexidade com a reação negativa, especialmente quando comparada à aceitação de outras práticas que considera mais repreensíveis.
No mês passado, o documento vaticano intitulado Fiducia Supplicans (Confiança Suplicante) oficializou a permissão para que padres abençoem casais homossexuais, provocando um debate acalorado dentro da comunidade católica global. Esta decisão foi particularmente controversa entre os bispos africanos, refletindo as tensões entre os ensinamentos tradicionais da Igreja e a necessidade de uma abordagem mais inclusiva.
“Se abençoarmos um empresário, mesmo sabendo que ele pode ter práticas exploradoras, ninguém se escandaliza. Mas se a bênção é para um casal homossexual, a reação é de indignação“, comentou Francisco, apontando para o que ele vê como uma contradição nos valores morais aplicados por alguns críticos. “Isso é hipocrisia”, acrescentou.
Desde o início de seu papado, Francisco tem se esforçado por uma Igreja que acolhe a todos, adotando uma postura menos julgadora. Sua famosa declaração “Quem sou eu para julgar?”, feita em resposta a perguntas sobre homossexualidade, ressoou como um chamado para maior compaixão e compreensão dentro da fé católica.
Apesar das críticas, o Papa esclareceu que a intenção das bênçãos não é validar formalmente as uniões homossexuais perante a Igreja, mas sim abençoar as pessoas que buscam a bênção de forma conjunta. A doutrina católica continua a considerar o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo como pecaminoso, enquanto insta aqueles com atração pelo mesmo sexo a viverem de maneira casta.
O pontífice reconhece a resistência à Fiducia Supplicans, especialmente entre os fiéis e líderes da Igreja na África, onde a homossexualidade é ainda severamente penalizada, em alguns casos, com prisão ou pena de morte. Ele expressa esperança de que, com o tempo, haja um entendimento maior sobre a essência das bênçãos, enfatizando a importância de acolher e abençoar os indivíduos, independentemente de sua orientação sexual.
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