Na noite do último dia 1 de setembro, a cantora Linn da Quebrada, o ex-presidente Lula, o ex-BBB Gil do Vigor e o presidente da Central Única das Favelas (CUFA), Celso Athayde, estiveram debatendo no programa “Triangulando” do canal da Thelminha do BBB20, sobre políticas e representatividade LGBT.
Gil do Vigor aproveitou a oportunidade para agradecer ao ex-presidente por ter facilitado a entrada da população pobre nas universidades públicas.
“Eu vim de escola pública e hoje estou no PhD. Isso nunca seria possível se lá atrás alguém não tivesse entendido a importância de trazer o pobre para onde ele deveria estar. Sou extremamente grato e apaixonado pelo governo do presidente Lula, que pensou em quem precisava”, disse ele, que participou do encontro de sua casa nos EUA.
“Fico até emocionado porque eu sei que foi aquela ajuda lá atrás, quando eu pensei que nunca fosse conseguir, o Lula falou ‘vamos colocar o pobre, vamos tirar a universidade pública da mão de quem já tem’. Porque o que acontecia: a universidade pública, ela ficava num clico eterno, rico, rico, rico e o pobre é que lute. Como é que ele vai competir? A competição era injusta! Como uma medida alternativa ele falou ‘peraí, vamos tentar resolver isso a curto prazo, porque a gente sabe que questão de educação não se resolve do dia para a noite’. Então o sistema de cotas veio, foram colocadas várias alternativas para nos ajudar de fato. Eu digo isso porque eu e vários amigos conseguimos ingressar na universidade pública e isso mudou minha vida de fato.”
Já Thelminha também agradeceu as políticas públicas criadas no governo Lula, explicando que graças ao Programa Universidade para Todos, o ProUni, ela conseguiu se formar em Medicina pela PUC.
“Eu recebi uma carta e nela dizia que eu tinha sido contemplada em 100% para cursar medicina, a PUC. Naquela época, a mensalidade custava R$ 3,5 mil e eu não tinha condição de passar pela porta. Eu entendo que é uma obrigação do estado, não é um favor, mas não tem como não ser grata. Se hoje estou aqui, olhando nos seus olhos, de alguma forma eu recebi uma oportunidade lá atrás”, disse.
No entanto, Linn da Quebrada aproveitou a oportunidade para confrontar Lula sobre uma foto que ele postou com o pastor evangélico Isidório no último dia 27 de agosto. O missionário, que também foi o deputado federal mais votado da Bahia, se autoproclama ex-gay e defende a “cura da homossexualidade”, além de ter apresentado um projeto no Congresso sobre a criação do “Dia do Hétero”
Em sua defesa, Lula disse que o pastor tem um trabalho muito rico: “Eu não sei da história dele de divergência na questão de gênero. O que eu sei é que ele tem um trabalho muito rico no ponto de vista de tratar pessoas, um programa muito respeitado. Se ele tem divergências com pessoas trans, nós temos que conversar e falar dos erros que eles estão cometendo. Eu fui achincalhado esses dias na internet porque encontrei com mãe de santo”.
Em seguida, o ex-presidente comenta sobre as Conferências LGBT: “Era impensável imaginar que um presidente da República no exercício do seu mandato ia participar de um congresso com 3 mil representantes LGBT”.
“É por isso que nós temos que estabelecer outros pilares para nossa imaginação”, respondeu Linn da Quebrada, “porque se antes isso era impensável, hoje nós temos deputadas, nós temos pessoas trans e travestis assumindo cargos políticos, hoje nós temos eu, aqui, diante do senhor discutindo essas questões, sobre os laços e o que significa quando o senhor faz essa foto com o pastor Isidório e o que isso significa diante de todas as ações que ele já estabeleceu perante nossa comunidade”.
Linn da Quebrada também disse que as ações do pastor Isidório prejudicam a vida dos LGBTQIA+, em especial das pessoas trans.
“As ações do pastor legitimam toda a violência perante nossos corpos”, disse a cantora, “de toda a violência e morte perante nossos corpos. E se a gente se compromete a mudar esse design global da violência, a gente tem que mudar a partir da gente”.
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