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Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o estudo Mosaico visa disponibilizar – finalmente – uma vacina contra o HIV. O estudo já está na fase 3, a última etapa antes da aprovação de uma vacina, e precisa de mais voluntários no Brasil.

O médico infectologista Álvaro Costa, que atende no Hospital das Clínicas e no Centro de Treinamento e Referência (CRT), é um dos nomes no Brasil que acompanha os testes e seus desdobramentos. Ao GAY BLOG BR, Dr. Costa falou mais detalhes do estudo e que ainda espera mais 136 voluntários no país (inscrição  pode ser feita no site pesquisamosaico.com.br).

Vacina contra HIV chega à fase 3; estudo precisa de voluntários no Brasil
O médico infectologista Dr. Álvaro Costa é um dos nomes no país que está por trás do estudo – Reprodução

No total, o Mosaico pretende contar com 3800 voluntários, inclusive aqui no Brasil. Quais são os critérios para a escolha de voluntários?

O estudo Mosaico acontece em mais de 7 países, Argentina, Itália, México, Peru, Polônia, Espanha e Estados Unidos. No Brasil, o estudo irá acontecer no Rio de Janeiro (Fiocruz e no Hospital Geral de Nova Iguaçu), em Belo Horizonte (na UFMG), Manaus (Fundação de medicina tropical IPCCB) e aqui em São Paulo na Casa da Pesquisa que é vinculada ao CRT –  Centro de Referência e Treinamento de São Paulo da Secretaria de Estado e Saúde. 

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Quando o voluntário chega ao nosso centro é feito uma entrevista, onde a gente verifica se ele ou ela tem critérios de elegibilidade e se apresenta os fatores de vulnerabilidade como, ter mais de 5 parceiros ou apresentou alguma IST nos últimos 6 meses, uso de drogas recreativas, não usar PreP, ter relacionamento aberto, entre outros critérios que sinalizamos na triagem. O perfil dos candidatos e candidatas para este estudo são homens que fazem sexo com homens, mulheres trans e travestis e homens trans, com idade de 18 a 60 anos, ter comportamento com risco para aquisição do HIV e ser soronegativo.

O nosso centro tem como objetivo recrutar 136 voluntários e a inscrição pode ser feita no site www.pesquisamosaico.com.br e se houver dúvidas, os participantes podem entrar em contato pelo Instagram @pesquisacrt.

É uma vacina que se espera? Qual o resultado é esperado com esse teste?

Sim, uma vacina. O estudo Mosaico é um estudo de fase 3 que a gente pode considerar como uma proposta de vacina promissora para prevenção da infecção pelo HIV. Globalmente teremos 3.800 voluntários e com os  resultados, pretendemos comparar a intervenção de uma vacina de 4 doses versus o placebo. O objetivo é avaliar a eficácia com relação à prevenção e segurança.

Nos EUA, o estudo resultou em uma proteção de 67% em experimentos realizados em macacos. Esta é a porcentagem que se espera em seres humanos? E mesmo com a vacina, camisinha e PreP ainda serão indispensáveis?

Nos estudos de fase 2 da vacina Mosaico se viu uma proteção superior a 67% em primatas, macacos e chimpanzés, o experimento foi através de um modelo de infecção intra retal. Com os humanos ainda não se  sabe qual será o grau de eficácia desta vacina,  essa é a razão para caminhar o estudo a uma fase III (com muitos voluntários humanos).

A prevenção do HIV é chamada combinada em que o paciente escolhe a melhor metodologia que se encaixa na sua vida sexual. Camisinha e PreP ainda vão continuar forte. Também temos boas novidades, o Cabotegravir, que é a PreP injetável, uma nova tecnologia para somar nos pilares de prevenção.

Assim, se a vacina tiver uma eficácia de proteção superior a 50%, ela será incluída como um dos pilares  da prevenção com preservativo, indetectável igual intransmissível, PeP e PreP.

Mudando um pouco de assunto, outra coisa que muito se comenta é em relação ao coronavírus. Há algum dado que compara se as pessoas vivendo com HIV estão mais ou menos vulneráveis?

Em relação ao coronavírus e ao HIV, no início da pandemia os estudos começaram a  fazer uma correlação alguns antirretrovirais que poderiam ter ação contra o vírus da Covid/Sars-Cov 2 e assim ter um caráter de proteção. Entretanto, no decorrer da pandemia algumas publicações mostraram um potencial maior de gravidade da covid nas pessoas vivendo com HIV. Mas ainda temos muitas dúvidas e poucas respostas.

No Reino Unido, os estudos mostram que a população que vive com HIV tem vulnerabilidade um pouco maior relacionada ao Covid, comparado a pessoas que não vivem com HIV. Tanto que o próprio Reino Unido incluiu essa população como grupo prioritário para fazer a vacina para Covid, depois da população idosa. Recentemente nosso país fez o mesmo incluindo essa população nos grupos prioritários.




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