Aos 50 anos, Reynaldo Gianecchini está de volta aos holofotes, ao lado de Bruno Fagundes, na peça “A Herança“. Sucesso aclamado pelo público e pela crítica em São Paulo, o espetáculo desembarca no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro, a partir da próxima quinta-feira, 14.
A peça aborda de forma corajosa e provocativa os tabus relacionados à homossexualidade, e Gianecchini se mostra entusiasmado com esse projeto desafiador. Em uma entrevista à Veja, ele compartilhou suas reflexões sobre a sexualidade e a sociedade brasileira:
“A gente é um país ainda muito reprimido, isso é uma das coisas mais terríveis, mais causadoras de problemas. Somos sexualmente reprimidos. Por isso as pessoas querem cuidar da sexualidade alheia, saber se o ator é não sei o quê. Se você está reprimido, julga o outro, porque não quer olhar para sua direção. Em vez de querer saber da sexualidade do outro, faz uma lupa na sua sexualidade.”

Ele também enfatizou a importância da linguagem na discussão sobre a diversidade sexual, admitindo que aprendeu com o tempo o significado da palavra “simpatizante”. Segundo ele, o termo é excludente, porque é “como se te colocasse de fora daquilo”. “Mas eu me considero dentro. Usei a palavra errada, quis dizer que sou a favor da causa, estou dentro da causa. Tanto é que fazer essa peça para mim é a maior militância que eu poderia ter. Não é levantar bandeira, mas contar história. Sou daquela época que (a sigla) era GLS”, esclareceu o ator.

Por fim, Gianecchini também compartilhou sua perspectiva sobre as expectativas em torno da masculinidade no Brasil, destacando os desafios que todos os homens enfrentam, independentemente da orientação sexual.
“Ser homem no Brasil desde criança é difícil, porque você geralmente é criado para ser um menino que tem que ser duro, bom no esporte, viril, que não pode chorar”, exemplifica ele. “Isso tudo, independentemente se você é da comunidade ou não, todo mundo traz uma dificuldade desse masculino. E a gente está revendo esse masculino, a masculinidade tóxica. Sempre fui muito sensível, fui criado por mulheres, em uma família de mulheres. Então sempre achei difícil viver nesse mundo masculino.”
‘A Herança’, peça LGBT+ com Gianecchini e Bruno Fagundes, ganha data de estreia no RJ
Junte-se à nossa comunidade
Mais de 20 milhões de homens gays e bissexuais no mundo inteiro usam o aplicativo SCRUFF para fazer amizades e marcar encontros. Saiba quais são melhores festas, festivais, eventos e paradas LGBTQIA+ na aba "Explorar" do app. Seja um embaixador do SCRUFF Venture e ajude com dicas os visitantes da sua cidade. E sim, desfrute de mais de 30 recursos extras com o SCRUFF Pro. Faça download gratuito do SCRUFF aqui.
You must log in to post a comment.