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Neste dia 17 de maio, é comemorado o Dia Internacional do Combate a LGBTIfobia. A data é uma homenagem ao dia em que a Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, em 1990. Desde esse dia, o termo “homossexualismo” passou a ser considerado errado por caracterizar doença, e a palavra “homossexualidade” passou a ser utilizada.

Ao longo da história, a homossexualidade foi vista das mais diferentes formas pelos mais diferentes grupos sociais. Sendo aceita, admirada, tolerada ou condenada, de acordo com as crenças e os valores de cada cultura.

Na nossa sociedade, a cultura judaico-cristã considera a atitude um pecado e, durante anos, foi vista como uma doença e perversão, talvez se originando daí a LGBTIfobia. Em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publicou, no primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, que a homossexualidade era uma “desordem”, e diversos estudos passaram a ser feitos para comprovar, através da ciência, que o “homossexualismo” era um distúrbio mental. Como não houve nenhuma conclusão, e os estudos apontavam que a homossexualidade era inata do ser humano assim como a heterossexualidade, a Associação Americana de Psiquiatria retirou o “homossexualismo” da lista de transtornos mentais em 1973.

Dois anos mais tarde, a Associação Americana de Psicologia também decidiu retirar a orientação sexual como um transtorno mental, e passou a classificar como uma variação da natureza. Apesar disso, a OMS classificou, em 1977, o “homossexualismo” como doença mental, sendo esta retirada em 1990 durante a revisão da lista de doenças no dia 17 de maio, sendo um importante passo para a aceitação da sociedade e a luta contra a LGBTIfobia.

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Foto: Reprodução

HOMOSSEXUALIDADE E GENÉTICA

Diversas correntes científicas procuram entender a homossexualidade, e estas andam comprovando cada v Pela biogenética, um estudo apresentado em 1993 pelo cientista Dean Hamer propôs estabelecer uma correlação entre a homossexualidade masculina com o gene Xq28, mas estudos posteriores contradizem que o gene poderia explicar a homossexualidade através da genética.

Já em 2019, foi concluído de que não existe um “gene gay” em um estudo publicado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), após estudar 470 mil pessoas. No entanto, a orientação sexual está relacionada a traços genéticos espalhados ao longo da cadeia do DNA, e que o comportamento sexual é influenciado por uma complexa mistura de influências genéticas e ambientais. Ou seja, mesmo que a genética contribua para a homossexualidade, ela não é determinante.

Esse estudo concluiu que há cinco traços genéticos associados a homossexualidade, só que há diversos outros que também parecem estar envolvidos na expressão da orientação sexual, e, segundo a autora Andrea Gana, até 25% da orientação sexual podem estar relacionadas a genética. No entanto, Gana diz que é necessário saber mais sobre o funcionamento do DNA para chegar a conclusões mais definitivas.

Foto: Wikipedia Commons
Foto: Wikipedia Commons

HOMOSSEXUALIDADE E PSICANÁLISE

Segundo o psicanalista Alexandre Simões, a orientação sexual, qualquer que seja, é um conjunto de diversas rotas que levam a uma pessoa a ser.

“Homossexualidades, no plural, significa que devemos considerar diversas rotas, inúmeros caminhos e inúmeras situações que confluem para que uma pessoa se sinta atraída por outra do mesmo sexo (…) Não há um único fato, um único determinante, um gene, um trauma, um acontecimento, um amor ou desamor que por si só causem ou provoquem a homossexualidade”  – diz em seu vídeo “A homossexualidade e o olhar da psicanálise“.

Já o Freud defende que todos nascem bissexuais e, ao longo do desenvolvimento, as pessoas inconscientemente reprimem o desejo por um dos sexos.

Em seu estudo, Freud questiona a visão determinista sobre as variações sexuais, defendendo que não existe uma sexualidade certa ou errada, ou que uma delas é normal e a outra patológica. Além disso, em 1935 ele respondeu uma carta de uma mãe de um homossexual, dizendo já naquela época que a homossexualidade não podia ser considerada uma doença. Tal atitude é vista de modo positivo por aqueles que lutam contra a LGBTIfobia.

Foto: Divulgação

HOMOSSEXUALIDADE E NEUROCIÊNCIA

Um estudo publicado pela Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, manipulou as células cerebrais – chamadas de mastócitos – para “desativá-las” nos fetos de ratos e, mais tarde, observaram o desenvolvimento após seu nascimento.

Os ratos machos que tinham os mastócitos desligados eram menos interessados em acasalar com as fêmeas do que os machos comuns. Já as fêmeas recém-nascidas tiveram seus mastócitos ativados através de um estimulante químico. Curiosamente, quando se tornaram adultas, agiram como os ratos machos.

“As observações que fizemos são fascinantes, porque estas fêmeas não têm o hardware necessário para se envolver no comportamento reprodutivo masculino, mas sabemos que as fêmeas o fazem através da forma como agem. Parecem estar fortemente motivadas a enquadrar-se no comportamento sexual masculino com outras fêmeas”, explicou Kathryn Lenz (via ZAP), investigadora e professora de Psicologia e Neurociência na Universidade de Ohio.

Esses mesmos investigadores descobriram que o estrogênio ativa os mastócitos no cérebro. Caso futuros estudos comprovem que os seres humanos também sigam esse mesmo padrão, será possível determinar que o comportamento da mãe durante a gestação pode influenciar a orientação sexual de seu filho, como medicamentos, estresse e outros.

Vale dizer que um estudo publicado em 2008 comprovou que os homens homossexuais têm cérebros semelhantes ao das mulheres héteros, e o mesmo vale para as lésbicas com os héteros. Além disso, o STF aqui no Brasil já criminaliza a LGBTIfobia.




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